O ACAÇÁ

09/09/2013 17:49

Nas definições mais elementares sobre o Acaçá, ouvimos dizer que se trata de uma pasta de milho branco ralado ou moído, envolvida ainda quente, em folha de bananeiras.
Essa é uma definição correta. Mas, extremamente superficial, já que o Acaçá é sem sombra de dúvidas, a comida mais importante do candomblé. 

Seu preparo e forma de utilização nos rituais de oferendas envolvem preceitos e bem rígidos, que nunca podem deixar de ser observados.

Precisamos lembrar que todos os Orixás, de Exú a Oxalá, recebem Acaçá. E, que todas as cerimônias, do ebó mais simples aos sacrifícios de animais, também levam Acaçá. Ele é de forma simples, inserido em rituais de iniciação, de passagem, e em tudo mais que ocorra em uma casa de candomblé. Pois tudo isso só acontece com a presença de Acaçá.

A conhecida pasta branca à base de milho branco, chama-se Eco (ÈKo), depois de envolvida na folha de bananeira, aí sim, será Acaçá.

O Acaçá, é um corpo, símbolo de um ser. A única oferenda que restitui e redistribui o axé.

O Acaçá remete ao maior significado que a vida pode ter: a própria vida; e por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornou-e a comida de predileção de todos os Orixás.

Nem todas as palavras do mundo são suficientes para decifrar o valor de um Acaçá. 

Basta admitir que os segredos estão concentrados nas coisas mais simples para ver que o que muitos julgaram insignificantes, é a comida mais importante do candomblé, banalizando o sagrado e privilegiando a intuição em detrimento do fundamento.